A MULHER E A EDUCAÇÃO
Educação no Brasil – Até a década de 1870 as mulheres brasileiras eram proibidas de cursar a universidade. A partir de 1879, o governo abriu as instituições de ensino superior para o sexo feminino. Em 1927 surge a primeira legislação direcionada à educação das mulheres. Mas só nos anos 60 é que elas realmente invadiram as escolas, mas a maioria nas áreas consideradas femininas, como Humanas. O primeiro a dar importância ao estudo para as mulheres foi Fénelon, em seu livro “A Educação das Moças”, onde faz uma crítica profunda ao ensino ministrado nos conventos. A Escola Doméstica de Natal é a única escola feminina do país, fundada há 90 anos. Segue o modelo das escolas suíças usando a cartilha do começo do século 20. Ensina as alunas a serem boas esposas e mães (elas aprendem a cozinhar, trocar fraldas, dobrar calcinhas em forma de flor, arrumar gavetas, etiqueta, bordado, costura). São 1.435 vagas de nível médio em regime de internato, com toque de despertar as 5 e meia da manhã, banho frio e dormitórios coletivos. A cada semana uma dupla de alunas cuida de uma casa de verdade montada dentro da escola. Elas se revezam nos papéis de patroa e empregada para fazer refeições, programar compras e orçamentos, criar cardápios e receber visitas. E quatro bebês de famílias carentes são cuidadas pelas garotas que aprendem puericultura na prática. A mensalidade do internato custa 640 reais e o externato 149 reais (dados de 1993).
MULHER E O TRABALHO
Afeganistão – Em Cabul,
capital do Afeganistão, as mulheres não podem trabalhar fora, estudar,
andar de táxi sem um homem do lado. São obrigadas a usar a burka (manto
que as cobre dos pés à cabeça), não podem ser consultadas por médicos,
dar gargalhadas, usar sapatos altos e maquiagens, e pintar as unhas.
Para controlá-las, homens que pertenciam ao Talibã, percorriam a cidade.
Se fossem pegas traindo o marido são condenadas a chibatadas ou à a
morte, que acontece num estádio de futebol, como uma diversão para a
população. O Talibã (que significa mestre) teve sua origem em seminários
alcoranistas fundamentalistas no Paquistão e no Sul do Afeganistão,
sendo um retorno às antigas regras criadas em 1967. Naquela época
acreditava-se que as mulheres eram fonte de tentação, corrupção e
guerras. Em 2001 o Talibã retirou-se do Afeganistão, mas muitas mulheres
ainda continuam com medo da polícia religiosa e ainda não adotaram
normas ocidentais.
África - Em 28 paises
africanos as mulheres sofrem a mutilação do critóris na infância para
evitar que sintam prazer sexual no futuro. O serviço é feito por
curandeiras, que cortam o órgão com gilete, tesoura, lâminas ou pedaços
de vidro. As consequências são hemorragias, infecções, dores para urinar
e a morte. Estima-se que existam um milhão de meninas e mulheres
mutiladas no mundo. Ainda na África, as mulheres com HIV são tratadas
como matadoras de homens. Em alguns locais os homens podem ter quantas
mulheres quiserem. No Sudão é comum a escravidão de meninas onde o preço
varia de 50 a 130 dólares. Muitas são violentadas e se tornam
concubinas de seus senhores. A tradição é contestada por diversas
Organizações Não Governamentais, como a “Dignidade Já”, com sede em Nova
Iorque. A musa da campanha é a modelo Waris Dirie, que nasceu na
Somália e teve o clitóris cortado, aos 5 anos de idade. Nos Estados
Unidos as mutilações, praticadas por refugiados e imigrantes são
consideradas crime federal. Mas segundo as autoridades, as leis são
difíceis de serem aplicadas por causa da tradição muçulmana. Nos anos 40
e 50 os americanos também usavam a prática da mutilação. O sacrifício
era aplicado contra histeria, masturbação e lesbianismo.
Arábia Saudita – As mulheres
são proibidas de dirigir automóvel, sentar-se sozinhas num restaurante
ou viajar sem o marido. Seu testemunho vale a metade do de um homem e o
marido tem permissão para bater na esposa. A mutilação foi banida pelo
governo, mas ainda é praticada. Essa situação de inferioridade da mulher
acontece por causa de costumes antigos e da religião, inspirada no
Corão.
Alemanha - A Alemanha passou
a recrutar mulheres para o Exército, como soldados em janeiro de 2001.
Antes elas podiam trabalhar apenas na enfermaria ou tocar música. A
medida foi criada baseada num processo movido pela engenheira Tanja
Kreil, que entrou na Justiça depois de ter sido rejeitada no Exército em
1996, por ser do sexo feminino.
América - No Brasil as
mulheres ainda são vistas como inferiores aos homens. Sofrem
discriminação no trabalho e são vítimas de violência, principalmente
dentro de casa.
Bangladesh - Criada a partir
de uma guerra entre a Índia e o Paquistão, Bangladesh ainda segue
normas do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. As mulheres ocupam
destaque na política, mas ainda são vistas como servas ou mercadorias,
tanto que as adúlteras ou as que se recusam a casamentos forçados são
punidas severamente. Por 60 centavos de dólar, um marido ou pai
insatisfeito pode comprar ácido sulfúrico para marcar o rosto da
pecadora, deixá-la cega, surda ou provocar sua morte. As que sobrevivem
acabam vivendo de esmolas nas ruas, pois são recusadas pelas próprias
famílias. Em 1999 a ONU criou um programa para socorrer as vítimas, que
são tratadas em hospitais americanos ou europeus. Os acusados
dificilmente são denunciados e a impunidade faz com que novos casos
surjam a cada mês.
Birmânia (sudoeste da Ásia) –
Certas mulheres asiáticas e africanas são conhecidas como
mulheres-girafa por usarem aros metálicos nas juntas. Joelhos, pulsos,
pescoço e tornozelos chegam a alongar até 30 centímetros com os colares,
que teriam sido usados há alguns séculos para punir as adúlteras. O
problema é que as mulheres-girafa, muitas vezes, ganham dinheiro se
exibindo para turistas, ganhando dinheiro em troca de uma foto com elas.
O primeiro aro é colocado nas meninas a partir dos 5 anos de idade,
numa cerimônia realizada na Lua cheia. À medida que elas crescem, os
colares vão sendo trocados por outros maiores. O peso pode ultrapassar
20 kg. As mulheres-girafa são apelidadas assim não apenas pelo tamanho
do pescoço, mas pelo andar difícil provocado pelo uso do colar.
Bósnia – Na guerra da
Bósnia, em 1992, as mulheres foram usadas como objeto de vingança contra
o inimigo: cerca de 20.000 mulheres foram estupradas em massa e deram à
luz bebês que foram abandonados nos próprios hospitais (na Croácia o
aborto não é muito praticado por causa da fé católica). Outras mulheres
tiveram infecção por causa da violência sexual. A guerra na Bósnia
começou com a ocupação de sérvios nas aldeias povoadas por muçulmanos e
croatas. Moradores foram mortos ou levados para campos de concentração
de Keraterm, Omarska e Tronplje.
O TRABALHO DA MULHER NO MUNDO
Brasil - No Brasil, o
trabalho feminino sofre preconceitos, uma vez que a mulher recebe um
salário menor em relação ao homem, desempenhando as mesmas funções que
ele na empresa. Em alguns casos, o assédio sexual é comum, quando o
patrão humilha a funcionária ou a ameaça em troca de favores sexuais.
Porém, esse problema está diminuindo quando algumas mulheres passaram a
processar os chefes ameaçadores. Em relação à maternidade, ainda há
preconceitos, o que quer dizer que muitas empresas não contratam
mulheres grávidas, ou as demitem ao saber da gravidez, embora isso seja
inconstitucional. O preconceito se dá ainda em relação à idade e à
aparência física: empresas costumam contratar mulheres até os 30 anos de
idade, dispensando ainda as que não se enquadram num padrão de beleza
física.
Japão - A Constituição
japonesa, de 1946, estipula que homens e mulheres na mesma função devem
receber salários iguais, além de assegurar à mulher o direito a
licença-maternidade. Mas esses privilégios não são respeitados, pois no
país a conduta é orientada principalmente por costumes. Só em 1980
entrou em vigor o direito legal da mulher a um terço do patrimônio
deixado pelo marido depois da morte. E em 1984 foi abolida a lei que
conferia cidadania japonesa apenas para crianças que tivessem pais
japoneses. Antes disso os filhos de uma japonesa casada com um
estrangeiro não eram considerados cidadãos. Em 1986 foi aprovada a Lei
de Igualdade de Oportunidades. Mas as promoções nas empresas se baseiam
no tempo de casa e na lealdade ao patrão.
China – Para controlar a
população de 1,2 bilhão de habitantes, o governo chinês adotou a
política do filho único por casal. E toda mulher em idade fértil ou que
já e mãe tem de colocar DIU, ou tem as trompas ligadas. E por não
transmitir o nome da família, meninas nascidas na China são abandonadas
nos orfanatos ou na rua, onde morrem de fome. Para evitar a matança, em
1994 o governo proibiu o uso de ultra-sonografias para determinar o sexo
do feto. O tráfico de mulheres é comum, apesar de ser proibido desde
1949. Por causa do dote muito caro, os homens costumam comprar esposas
no câmbio negro por 2 e 4 mil yuans (U$240 a U$1.200). Já as casadas que
tentam fugir são amarradas em uma árvore e açoitadas pelos maridos.
Muitas acabam se suicidando. Entre 1991 e 1996, a polícia prendeu
143.000 traficantes e libertou 88.000 mulheres e crianças vendidas para
contrair casamento ou realizar serviços forçados. Segundo estatísticas
oficiais, existem na China 120 homens para cada 100 mulheres. Na área
rural, são 130 homens para cada 100 mulheres.
Egito - Cerca de metade das
mulheres do Cairo, capital do Egito, cobre a cabeça. Por medo da mutawa
(polícia religiosa). Muitas passam o dia lendo, dormindo ou vendo vídeo.
França – A França, comparada
a vizinhos europeus, é um dos países onde as mulheres menos alcançaram
posição de destaque na política. No congresso, as deputadas são apenas
11%. Mas, desde Simone de Beauvoir as feministas estão conseguindo
melhorias. Em outubro de 1999 um grupo delas criou a Ciennes de Garde
(Cadelas de Guarda), que prevê a retratação do homem que agredir uma
mulher com palavras sexistas. Em 1996 elas conseguiram tirar das
vitrines das Galerias Lafayette, modelos que faziam as vezes de
manequins, vestidas de lingerie.
Islândia - Na Islândia,
norte da Europa, as mulheres foram as primeiras européias a conquistar o
direito de voto, em 1908. A presidente da República, Vigdis
Finnbogattir foi a primeira mulher no mundo a ser eleita por sufrágio
universal para esse cargo, em 1980, sendo reeleita 4 anos depois, com
90% dos votos, onde ficou até 1996. É ela quem assina as leis e
representa o país em eventos nacionais e internacionais, mas o maior
poder do Estado está nas mãos do primeiro-ministro. E o amor livre é
regra geral no país, que ostenta a maior porcentagem de mães solteiras
da Europa, sendo comum elas terem filhos antes de se casar com total
apoio da família e da sociedade, apesar de o aborto ser legalizado. Já a
pílula anticoncepcional não é bem vista por causa da religiosidade. Na
Islândia a licença-maternidade passou de 3 para 6 meses em 1986. E em
1991 foi criada pelo Ministério de Assuntos Sociais a Secretaria de
Oportunidades Iguais, que zela pelo cumprimento das leis de igualdade
entre os sexos no emprego, escolas e universidades.
India – Os costumes na Índia
nunca foram favoráveis às mulheres. Ao se casar a indiana passa a ser
uma espécie de empregada da família do marido. A lei não permite que
elas se casem antes dos 18 anos, mas os casamentos de meninas com homens
mais velhos são frequentes. A filha não pode herdar os bens do pai, mas
ao se casar recebe um dote (relógio, carro, dinheiro, etc) que será
entregue ao marido. Quando se cansa da mulher, ele a mata ou a pressiona
para que cometa o suicídio. O crime cometido contra mulheres
recém-casadas é conhecido no país como “a morte por dote”. Segundo uma
organização feminista de Gujarat, cerca de mil mulheres são queimadas
vivas todos os anos no Estado. O dote teve origem na lenda de Sita,
esposa do herói Rama, que acompanhou o marido quando ele foi para uma
viagem longa e sempre obedeceu suas ordens sem questionar. Antes, o
sistema de dotes valia apenas entre as famílias induístas de classe
média no norte da Índia, mas atualmente atinge os muçulmanos e cristãos.
É costume também que as mulheres grávidas de meninas provoquem o aborto
ou as matem depois de nascidas. Elas usam a ultra-sonografia para saber
o sexo do feto e tomar as providências. Alguns casais matam a menina
assim que nasce: elas são envenenadas com a seiva de um cacto da região,
ou a afogam numa banheira cheia de leite. Por causa da matança, no país
existem 927 garotas para cada mil meninos até 6 anos de idade, segundo o
Censo 2001. A escassez é tanta que muitos pais já estão dispensando os
dotes tradicionais para oferecer 'recompensas' às famílias que tiverem
meninas dispostas a se casar com seus filhos. Na zona rural o grande
desafio é diminuir os abusos sexuais. Na índia, uma mulher violentada
não é tratada como vítima, mas como criminosa, prostituta. Segundo as
estatísticas, a cada hora no País, uma mulher é estuprada (nos Estados
Unidos, este índice é de dez por hora). Na Índia, menos de 5% dos
processos contra estupro terminam em condenação, razão pela qual as
vítimas não denunciam o acusado. Além disso, a maior parte dos estupros
ocorrem dentro de repartições estatais, como delegacias e hospitais. A
situação está irritando feministas, que a partir de 2004 passaram a
fazer justiça com as próprias mãos, matando ou linchando acusados de
violência sexual.
Irã – A partir de 1930 as
leis aprovadas no país deram à mulher iraniana um alto grau de igualdade
com os homens, como controlar seus próprios bens pessoais. Mas a partir
de 1979 elas passaram a ser obrigadas por Aiatolá Khomeini a cobrir o
rosto e o corpo e foram proibidas de usar maquiagem. Em abril de 1998 as
mulheres conseguiram o direito de participar ou acompanhar em estádios,
os jogos de futebol. Atualmente as deputadas tentam derrubar uma lei
que prevê o apedrejamento de adúlteras e permite ao homem colecionar até
4 esposas. As iranianas têm direitos de herança limitados, não
conseguem a custódia dos filhos depois da separação e precisam de
autorização do marido para trabalhar. Depois da tomada do poder pelo
grupo ultra-religioso Taleban, as escolas afegãs para meninas foram
fechadas. Já a ação do Basejih, a polícia moral, fiscaliza o uso do
batom e interpela moças acompanhadas de rapazes. Nos ônibus os homens se
sentam à frente e as mulheres na parte traseira. Por outro lado elas
podem votar, andam sozinhas na rua, podem aparecer na TV. No Irã, entre
1979 e 1990, cerca de 1.200 mulheres foram apedrejadas até a morte
acusadas de adultério. Centenas foram presas, humilhadas e mortas pelos
bassijis, um grupo paramilitar fundamentalista.
Jerusalém (capital de
Israel) – Muitas mulheres árabes vestem túnicas com bordados e cobrem o
rosto com véus. Depois que elas se casam, raspam a cabeça e passam a
usar perucas, em obediência às antigas leis religiosas que exigiam
simplicidade extrema das mulheres. Nunca os homens e mulheres podem
nadar juntos numa piscina publica. No muro das Lamentações, homens e
mulheres rezam separadamente. Em Israel o exército regular tem cerca de
70 mil homens e mulheres. O país deu às mulheres o direito de voto antes
de qualquer outra nação árabe.
Japão – No Japão a
Constituição de 1946 estipula que homens e mulheres na mesma função
devem receber salários iguais, além de assegurar à mulher o direito a
licença-maternidade. Mas esses privilégios não são respeitados, pois no
país a conduta é orientada principalmente por costumes. Só em 1980
entrou em vigor o direito legal da mulher a um terço do patrimônio
deixado pelo marido depois da morte. E em 1984 foi abolida a lei que
conferia cidadania japonesa apenas para crianças que tivessem pais
japoneses. Antes disso os filhos de uma japonesa casada com um
estrangeiro não eram considerados cidadãos. Em 1986 foi aprovada a Lei
de Igualdade de Oportunidades. Mas as promoções nas empresas se baseiam
no tempo de casa e na lealdade ao patrão. Atualmente as japonesas
desempenham papel ativo em organizações sociais e políticas, graças à
Constituição, que assegura direitos iguais para as mulheres em todos os
campos. A condição feminina começou a avançar a partir de 1975, Ano
Internacional da Mulher. Em 1986 foi aprovada a Lei de Igualdade de
oportunidades, para beneficiar as trabalhadoras, já que as promoções se
baseiam no tempo de casa. Além disso o governo, para incentivar a mão de
obra feminina, ampliou a rede de creches no pais, criou a licença
maternidade, diminuiu a carga horária de trabalho da mulher sem
prejudicar o salário e aboliu a lei que as impedia de fazer horas
extras. Por outro lado as gueixas, uma espécie de prostitutas, continuam
resistindo às mudanças, sendo treinadas desde a infância em música,
dança e na arte da conversação para agradar aos homens. Antes da guerra
os filhos sempre ficavam sob a tutela do pai, e a mulher, após o
divórcio, era um ser abandonado e desprezado. Como o casamento
processava de maneira simples, bastando uma anotação no registro civil,
muitos maridos falsificavam a assinatura da esposa e viam-se livres
delas. A partir de 1948, quando a igualdade de direito dos sexos foi
introduzida no Japão, cresceu o número de mulheres que pedem divórcio, o
que antes era inadmissível. Em 1968 o tribunal familiar de Iokoama
separou 744 casais, sendo que 70% das mulheres alegaram, como motivo de
separação, maus tratos e infidelidade. Ainda hoje as divorciadas são
prejudicadas no Japão e dificilmente conseguem emprego. Antes da Segunda
Guerra Mundial a maioria das mulheres casadas da classe média urbana
não trabalhava, nem participava de atividades fora do lar.
Nepal - As mulheres do Nepal
não têm direito à herança e são obrigadas a se casar com maridos
arranjados pelo pai. E todos os anos, cerca de 5.000 garotas são levadas
a se prostituir na Índia, iludidas com falsas promessas de casamento e
trabalho. Muitas são vendidas pela própria família e acabam
escravizadas. As leis do Nepal proíbem o tráfico de garotas e prevêem
até 20 anos para quem desobedecer a norma, mas as condenações são muito
raras por causas da ameaça de morte e tortura que as meninas sofrem. O
país conta apenas com a ONG Maiti Nepal (Família Nepal), que tenta
acolher as vitimas na instituição.
Paquistão - O pai pode matar
a filha ou esposa acusada de ter praticado sexo fora do casamento, sem
que seja castigado por isso. Vítimas de estupro vão para a cadeia. Já os
estupradores ficam livres.
Rússia – No final do século
19 era comum o tráfico de mulheres brancas, da Polônia para a América do
Sul. Elas eram enganadas com falsas promessas de bom casamento com
comerciantes (na verdade os rapazes eram agentes contratados). Muitas
descobriam as “outras” esposas do marido na mesma viagem. Ao chegar ao
destino, eram obrigadas a se prostituir pela organização criminosa Zwi
Migdal. Algumas conseguiam fugir e outras eram salvas pelos clientes,
que se casavam com elas. As primeiras 67 prostitutas chegaram judias de
origem polonesa chegaram ao Brasil em 1867, e logo foram apelidadas de
Polacas. Em 1885 foi fundada em Londres a Jewish Ladie`s Society for
Preventive and Rascue Work (Sociedade das Senhoras Judias para Trabalhos
de Prevenção e Resgate), para combater a prostituição e o tráfico e
mulheres judias. Sua primeira presidente foi a baronesa Constance
Rothschield. As polacas criaram fundos comunitários para dar
assistências as judias velhas e doentes e construíram cemitérios e
sinagogas para que pudessem rezar.
Sudão – No Sudão, mulheres
acusadas de adultério ou vestidas “inadequadamente” são linchadas e
mortas por apedrejamento. Elas são obrigadas a usar o véu típico, capa
escura que envolve o corpo dos pés às cabeças. O comportamento delas é
observado de perto por seus parentes, colegas, vizinhos e informantes da
segurança estatal. As mulheres não têm direitos legais, e portanto não
podem testemunhar nos tribunais, a menos que o depoimento seja
confirmado por um homem. E desde que os fundamentalistas tomaram o poder
em 1989, elas não podem trabalhar. As solteiras não podem ter relação
sexual nem beijar.
Turquia – Na região de
Anatólia há uma tradição secular, que é o Berdel, ou a troca de noivas.
Para uma mulher se casar ela precisa receber um dote, que é uma outra
mulher, que pode ser a irmã do noivo. Em curdo, berdel que dizer ‘no
lugar do outro’. Por muitos anos ele tem servido para unir pessoas que
talvez nunca se casariam se não fossem obrigadas. Para a realização dos
casamentos, um agente se encarrega de fazer o contato entre as famílias.
Desde cedo a vizinhança sabe quem está prometido para quem. As funções
básicas do casamento são manter a riqueza dentro da família e aumentar o
número de pessoas para trabalhar. De acordo com as leis do Berdel, se
uma das jovens se divorcia e é mandada de volta para casa dos pais, o
outro casal tem que se separar também. Com isso as vezes um casal feliz
se separa por causa do outro. Mas se o homem quiser continuar casado,
sua família precisa pagar um dote para a família de sua mulher - é o
baslik. Tanto as uniões quanto os divórcios acontecem fora do sistema
legal oficial. As vezes a conseqüência disso acaba em sangue. Num dia
antes da cerimônia as noivas tomam um banho turco público e passam pelo
ritual Kina Gecesi, a pintura das mãos e pés com henna.
A MULHER NA ANTIGUIDADE
Em algumas cidades, antes de Cristo, e alguns
séculos depois, a mulher sofria privações. No entanto, em outras, ela
tinha total liberdade de viver como quisesse. A liberdade total veio com
o Cristianismo, que reconheceu os dois sexos em equivalência perante
Deus.
Creta – Em Creta, ilha do mediterrâneo, a mulher tinha direitos iguais aos do homem.
Esparta - A mulher espartana
estava a serviço da pátria. Quando solteira, praticava exercícios que a
tornava forte e saudável. Casada, sua missão era dar ao Estado filhos
fortes, bons soldados e bons cidadãos. Era independente e dominadora.
Grécia - Na Grécia Antiga e
no Extremo Oriente, apenas as cortesãs tinham certa liberdade, podendo
viver intensamente, como os homens. Nas sociedades greco-romanas a
mulher era considerada inferior e incapaz juridicamente. Entre os judeus
e os indianos, era tida como impura e contaminadora, sendo afastada da
vida pública. Nas sociedades bárbaras as mulheres eram mais ligadas nas
decisões e paz e guerra e algumas podiam adquirir feudos. Surgiram
médicas, professoras e superioras de ordens religiosas. Mas o direito de
propriedade provocou um retorno ao direito romano e a situação da
mulher foi rebaixada. O Corão passou a ser interpretado pela alta
burguesia, de maneira cada vez mais severa com a mulher. Por razões
econômicas, os ricos mercadores de todo o Oriente passaram a enclausurar
suas mulheres e obrigá-las ao uso do véu, só retirado na frente do
marido (o que não estava prescrito pelo profeta). Em Bizâncio a doutrina
determinava que a mulher “obedecesse ao homem como o escravo ao
senhor”. Já a mulher russa seria encerrada no terem e considerada como
objeto e servidora o homem. A obrigação do véu só foi eliminada por
Pedro, o Grande, ao voltar do Ocidente. No mundo muçulmano essa
obrigação ainda persiste. O Cristianismo reconheceu a igualdade de
homens e mulheres diante de Deus. Mas ela não adquiriu independência e
sua condição permaneceu a de um ser inferior. A idéia de impureza
original ressurgiu depois da morte de Cristo e a mulher não foi mais
admitida no sacerdócio. O Corão deu à mulher direitos econômicos (herdar
e gerir seus bens, receber dote em caso de repúdio). São Paulo
afirmava: “O homem não deve cobrir a cabeça, pois ele é imagem e reflexo
de Deus. A mulher deve levar sobre a cabeça um símbolo de sujeição”. A
situação da mulher melhorou com Revolução Industrial no século 19, que
passou a trabalhar nas fábricas como fiadora, tecelã, costureira.
Mesopotâmia - Entre os povos
da Mesopotâmia a mulher vivia em condição inferior, podendo ser dada
como escrava pelo pai ou marido, para pagamento de dívidas. Na
Babilônia, em 538 a.C., os homens, para economizar alimentos,
estrangulavam suas esposas.
Pré-História – Na
pré-história figura feminina tinha uma enorme importância nas
sociedades, por causa da fertilidade. Há milhares de anos não se sabia o
mecanismo da concepção e por sua inexplicável habilidade de procriar,
mulheres eram consideradas quase deusas. Algumas administravam lugarejos
e cidades, além de liderar instituições religiosas. Elas tinham os
mesmos direitos dos homens. O papel do macho na procriação se tornou
mais importante quando o homem passou a ser sedentário e a entender o
mecanismo na procriação. Foi então que se instituiu a monogamia, para
que ele tivesse a certeza de que o filho gerado era seu. Com o passar
dos anos, a mulher passou a ser vista como propriedade do homem, apenas
como a receptora de esperma, da semente masculina, essa sim, geradora.
Roma - A mulher romana era respeitada, mas casava cedo, cuidava dos filhos, tecia e raramente saía de casa.
O ABORTO NO MUNDO
A interrupção da gravidez é polêmico em todo o
mundo, porém, cada país tem suas próprias leis em relação a quem
pratica o aborto. Os métodos são os mais variados, indo desde
medicamentos a procedimentos cirúrgicos, realizados em clínicas
clandestinas ou hospitais públicos. No Brasil, o aborto é autorizado
pela Justiça, em casos de estupro ou doença para a mãe e o feto.
África - Os países africanos
ao sul do Saara proíbem o aborto, a menos que a gravidez represente
risco de vida para a mulher. Já a Zâmbia autoriza a interrupção da
gravidez em casos de riscos para a mãe ou anomalias fetais.
América Latina – O aborto é
proibido no Haiti, República Dominicana e Panamá. Já Costa Rica,
Venezuela, Honduras, Jamaica e Peru autorizam a interrupção da gravidez
apenas em risco de vida para a grávida. No México, Brasil, Equador e
Uruguai, o aborto é autorizado também em casos de estupro. Em Cuba,
desde 1960, o aborto é legal nas 10 primeiras semanas de gravidez. Em El
Salvador, a mulher pode interromper a gestação se o feto apresentar má
formação. No Uruguai a situação econômica baixa é justificativa para a
realização do aborto.
Ásia – O Japão liberou o
aborto em 1948, em caso de risco de vida para a mãe, estupro, doenças
graves do feto e por razões econômicas (apesar de proibir o uso de
pílulas anticoncepcionais). No país a religião xintoísta prega que a
vida humana só começa no dia do nascimento. A China, Cingapura e Vietnã o
aborto também é aceitável. Já na Indonésia, Taiwan, Filipinas e
Mongólia, a interrupção da gravidez é considerada crime.
Brasil - A Lei brasileira
(pelo Código Civil de 1940) libera o aborto em caso de estupro ou risco
de vida para a mãe ou a criança. A grávida que decide interromper a
gestação ao saber que espera um bebê com anomalia grave, precisa pedir
autorização a um juiz, apresentando laudo médico e de um psiquiatra ou
psicólogo alegando que a doença do filho pode acarretar problemas
psicológicos para a mãe. É preciso também apresentar um pedido de
declaração afirmando a decisão da interrupção da gravidez e o Boletim de
Ocorrência. As clínicas clandestinas brasileiras lucram cerca de 50
milhões de reais por ano com as cirurgias. Em muitas capitais, chega a
ser a terceira fonte ilegal de renda, atrás do trafico de drogas e do
jogo do bicho. Algumas chegam a cobrar 550 dólares pela cirurgia. Já as
curiosas cobram cerca de 20 reais. No Brasil o aborto também e provocado
por remédios abortivos, objetos cortantes e plantas medicinais. Segundo
o Ministério da Saúde, o aborto é a quarta causa de morte em mulheres
no Brasil, responsável por 10 das mortes. No Brasil algumas ONGs, como o
Movimento Pró Vida, combatem a regulamentação do aborto. No Rio de
Janeiro o Grupo Anti-aborto foi criado em 1971 pelo monsenhor Ney As
Earp. O grupo age nas portas das clínicas para promover a interdição do
local e convencer as mulheres a prosseguir com a gravidez. Desde junho
de 1993 tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do
Senado, projeto de lei da senadora Eva Blay (PSDB/SP), que propõe a
legalização do aborto. No Brasil nove hospitais realizam o aborto legal.
Estados Unidos - Nos Estados
Unidos interrupção da gravidez é proibida desde 1973, e as clínicas são
alvo constante de grupos contra o aborto. Associações, como a American
Coalition of Life Activists, imprimem cartazes com fotos e endereços dos
médicos para facilitar a procura dos profissionais que realizam o
aborto. Em 1982 foi criado nos Estados Unidos o Grupo de Católicas Pelo
Direito de Decidir, presidido pela feminista norte-americana Frances
Kissling. A representante no Brasil é Maria José Nunes. Informações no
telefone (11) 575.6036, São Paulo. A entidade luta por uma reforma da
Igreja em varias questões, inclusive o aborto.
Europa – A Inglaterra foi o
primeiro país a criar uma legislação liberal para o aborto (em 1997),
que pode ser realizado com até 28 semanas de gestação (quase 7 meses).
Mas na Irlanda a interrupção da gravidez só pode ser realizada em caso
de perigo para a mulher. Em Portugal a partir de fevereiro de 1998
qualquer mulher com ate 10 semanas de gravidez pode solicitar um aborto
na rede de hospitais públicos ou clínicas privadas, mas tem que passar
antes por um centro de aconselhamento. Na Itália a mulher pode decidir
por qualquer motivo, se quer ou não continuar a gravidez. Na França a
lei de 1976 permite o aborto até a décima semana de fecundação, através
de uma declaração particular que indique a necessidade da interrupção da
gravidez. Após a décima semana o aborto é permitido em casos de riscos
para o bebê. A cada ano são realizados cerca de 170 mil abortos na
França. As ações Antiaborto, ligadas a Igreja Tradicionalista e a
extrema-direita francesas, invadem clínicas de aborto e chegam a
interromper a cirurgia em andamento. O SOS Mere (SOS Mãe) é uma ONG que
dá assistência psicológica às mulheres grávidas através de consultas e
apoio por telefone. Já a Lisses-les Vivre tem 30 mil membros espalhados
pela França. No país a pílula RU 486 é utilizada para interromper a
gravidez.
Índia –Testes pré-natais têm
sido usados para abortar meninas. Para evitar o abuso, uma lei proibiu
os testes que descobrem o sexo dos fetos.
Oriente Médio – Na Tunísia o aborto é legalizado, mas nos outros países, é considerado ilegal.
MENSTRUAÇÃO NO MUNDO
Austrália – Quando uma menina
aborígene australiana fica menstruada, ela tem que passar alguns dias
longe de casa, numa barraca feita por sua mãe ou avó, num ritual de
purificação do corpo porque elas acreditam que a menstruação é sinônimo
de ‘alma impura’. Depois disso, a barraca é queimada, as mulheres da
cidade levam a menina para um rio e a jogam na água. Ficar menstruada
nessa tribo significa que a menina está pronta para casar e ter filhos.
Japão – em alguns lugares do
Japão os pais chamam a família inteira e os amigos para uma festa
surpresa. Tudo fica em segredo até que os pais aparecem carregando um
prato de pêra decorado com folhas ou de maçã açucarada. É o sinal de que
a filha ficou mocinha.
Sri Lanka – No momento em
que a menina fica menstruada ela corre para a mãe, que por sua vez anota
a hora e o dia desse acontecimento. Com isso a astróloga descobre
várias coisas sobre a menina, do tipo quantos filhos ela terá. Depois da
visita astrológica a família se prepara para a cerimônia: lavam a casa
com cal, assam bolos de óleo, cozinham ervas, vestem a menina de branco e
começa a festa. Os convidados trazem dinheiro e presentes para ela.
Mesclaero Apaches, Estados Unidos
– Essa tribo indígena não existe mais, mas tinha uma maneira muito
original de comemorar esse acontecimento. Uma vez por ano eles faziam
uma festa que durava 4 dias onde todos dançavam. Essa era uma maneira de
homenagear as meninas da tribo que tiveram sua primeira menstruação
naquele ano.
África, Zaire – quando a
filha mais velha de um homem da tribo Mbuti tem a sua primeira
menstruação ela vai viver por mais de um ano numa espécie de clube da
Luluzinha chamado de cabana da menstruação, construída por sua família.
Aí uma mulher mais velha da tribo ensina como faz para não ficar
grávida. Enquanto isso as outras garotas da aldeia fazem visitas
freqüentes para levar óleo de palmeira e carne para ajudar as ‘mocinhas’
a engordar. Quando finalmente a garota sai da cabana gordinha, ela e
suas amigas correm para a aldeia cantando e dançando para mostrar para
todos que não é mais uma menina. Isso também funciona como um desfile
para algum menino pedi-la em casamento.
Leste das Filipinas – A
menina da tribo Ulithi, quando fica menstruada, sai correndo para a Casa
das Mulheres, uma espécie de tenda própria para isso. No caminho a
aldeia se junta ao redor dela, gritando: ‘a garota menstruada, o-o-o!’.
Nessa casa a menina toma um banho, troca de saia e descobre quem é seu
prometido. Em seguida ela ganha sua própria cabana.
Sudeste da Índia, Naiar –
Quando a menina fica menstruada sua família escolhe um menino para ficar
morando na casa dela. Assim eles se conhecem bem e transam. É uma
espécie de ‘prêmio’ por ela ter virado mulher. Depois de alguns dias o
menino vai embora e a menina não precisa namorar com ele. Mesmo que os
dois não se casem a menina terá que homenageá-lo para sempre.
Oeste da África – Quando a
menina da tribo Temne menstrua pela primeira vez ela é levada para a
floresta onde sofrerá uma operação: a remoção do clitóris. Depois é
levada para uma cabana especial, onde fica o resto do ano. Quando acaba
seu exílio, a aldeia faz à cerimônia bondo: a menina põe e tira suas
roupas 4 vezes andando ao redor da cidade e repetindo frases específicas
para essa ocasião.
Noroeste do Pacífico (índios
Nootkanos) – Os índios Nootkanos comemoram a primeira menstruação
levando a menina para o meio do mar. Ela tem que voltar sozinha, nadando
até a praia. Quando chega, a sobrevivente é recebida e aplaudida por
toda a vila. Eles acreditam que isso ajuda a fortalecer a sua
personalidade.
Nigéria – Na tribo Tiv, não é
permitida a visita de estrangeiros, por isso não se sabe como vivem.
Segundo outros povos da Nigéria, as pessoas da tribo comemoram a
menstruação da menina com 4 cortes na barriga dela (sem anestesia).
Então ela tem que trabalhar duro na roça, casar e ter filhos.
Islândia - Na Islândia,
norte da Europa, as mulheres foram as primeiras européias a conquistar o
direito de voto, em 1908. A presidente da República, Vigdis
Finnbogattir foi a primeira mulher no mundo a ser eleita por sufrágio
universal para esse cargo, em 1980, sendo reeleita 4 anos depois, com
90% dos votos, onde ficou até 1996. É ela quem assina as leis e
representa o país em eventos nacionais e internacionais, mas o maior
poder do Estado está nas mãos do primeiro-ministro. E o amor livre é
regra geral no país, que ostenta a maior porcentagem de mães solteiras
da Europa, sendo comum elas terem filhos antes de se casar com total
apoio da família e da sociedade, apesar de o aborto ser legalizado. Já a
pílula anticoncepcional não é bem vista por causa da religiosidade. Na
Islândia a licença-maternidade passou de 3 para 6 meses em 1986. E em
1991 foi criada pelo Ministério de Assuntos Sociais a Secretaria de
Oportunidades Iguais, que zela pelo cumprimento das leis de igualdade
entre os sexos no emprego, escolas e universidades.
India – Na Índia a moça não
pode herdar os bens do pai, mas ao se casar recebe um dote (que pode ser
relógio, carro, dinheiro, eletrodomésticos, etc) que será entregue ao
marido. Quando se cansa da mulher, ele a mata ou a pressiona para que
cometa o suicídio. O crime cometido contra mulheres recém-casadas é
conhecido na Índia como “a morte por dote”. Segundo uma organização
feminista de Gujarat, cerca de mil mulheres são queimadas vivas todos os
anos no Estado. O dote teve origem na lenda de Sita, esposa do herói
Rama, que acompanhou o marido quando ele foi para uma viagem longa e
sempre obedeceu suas ordens sem questionar. Antes, o sistema de dotes
valia apenas entre as famílias induístas de classe média no norte da
Índia, mas atualmente atinge os muçulmanos e cristãos. É costume também
que as mulheres grávidas de meninas provoquem o aborto ou as matem
depois de nascidas. A amniocentese, exame que detecta o sexo do feto no
útero materno é proibida, mas continua sendo usada no país.
Irã – A partir de 1930 as
leis aprovadas no país deram à mulher iraniana um alto grau de igualdade
com os homens, como controlar seus próprios bens pessoais. Mas a partir
de 1979 elas passaram a ser obrigadas por Aiatolá Khomeini a cobrir o
rosto e o corpo e foram proibidas de usar maquiagem. Em abril de 1998 as
mulheres conseguiram o direito de participar ou acompanhar em estádios,
os jogos de futebol. Atualmente as deputadas tentam derrubar uma
legislação que prevê o apedrejamento de adúlteras e permite ao homem
colecionar até 4 esposas. As iranianas têm direitos de herança
limitados, não conseguem a custódia dos filhos depois da separação e
precisam de autorização do marido para trabalhar. Depois da tomada do
poder pelo grupo ultra-religioso Taleban, as escolas afegãs para meninas
foram fechadas. Já a ação do Basejih, a polícia moral, fiscaliza o uso
do batom e interpela moças acompanhadas de rapazes. Nos ônibus os homens
se sentam à frente e as mulheres na parte traseira. Por outro lado elas
podem votar, andam sozinhas na rua, podem aparecer na TV. No Irã, entre
1979 e 1990, cerca de 1.200 mulheres foram apedrejadas até a morte
acusadas de adultério. Centenas foram presas, humilhadas e mortas pelos
bassijis, um grupo paramilitar fundamentalista.
Jerusalém (capital de
Israel) – Muitas mulheres árabes vestem túnicas com bordados e cobrem o
rosto com véus. Depois que elas se casam, raspam a cabeça e passam a
usar perucas, em obediência às antigas leis religiosas que exigiam
simplicidade extrema das mulheres. E nunca os homens e mulheres podem
nadar juntos numa piscina publica. E no muro das Lamentações, homens e
mulheres rezam separadamente. Em Israel o exército regular tem cerca de
70 mil homens e mulheres, e quase 250 mil reservistas podem ser
convocados rapidamente em caso de necessidade. O país deu às mulheres o
direito de voto antes de qualquer outra nação árabe.
Japão – Antes da Segunda
Guerra Mundial a maioria das mulheres casadas da classe média urbana não
trabalhava, nem participava de atividades fora do lar. Atualmente as
japonesas desempenham papel ativo em organizações sociais e políticas,
graças à Constituição, que assegura direitos iguais para as mulheres em
todos os campos. A condição feminina começou a avançar a partir de 1975,
Ano Internacional da Mulher. Em 1986 foi aprovada a Lei de Igualdade de
oportunidades, para beneficiar as trabalhadoras, já que as promoções se
baseiam no tempo de casa. Além disso o governo, para incentivar a mão
de obra feminina, ampliou a rede de creches no pais, criou a licença
maternidade, diminuiu a carga horária de trabalho da mulher sem
prejudicar o salário e aboliu a lei que as impedia de fazer horas
extras. Por outro lado as gueixas, uma espécie de prostitutas, continuam
resistindo às mudanças, sendo treinadas desde a infância em música,
dança e na arte da conversação para agradar aos homens.
Mesopotâmia
– Entre os povos da Mesopotâmia a mulher vivia em condição inferior. Na
Suméria ela podia ser dada como escrava, pelo pai ou marido para
pagamento das dívidas. Em 538 a.C, os babilônios, para economizar os
alimentos, que já eram poucos, estrangularam suas esposas.
Nepal - As mulheres do Nepal
não têm direito à herança e são obrigadas a se casar com maridos
arranjados pelo pai. E todos os anos, cerca de 5.000 garotas são levadas
a se prostituir na Índia, iludidas com falsas promessas de casamento e
trabalho. Muitas são vendidas pela própria família e acabam
escravizadas. As leis do Nepal proíbem o tráfico de garotas e prevêem
até 20 anos para quem desobedecer a norma, mas as condenações são muito
raras por causas da ameaça de morte e tortura que as meninas sofrem. O
país conta apenas com a ONG Maiti Nepal (Família Nepal), que tenta
acolher as vitimas na instituição.
Paquistão - O pai pode matar
a filha ou esposa acusada de ter praticado sexo fora do casamento, sem
que seja castigado por isso. Vítimas de estupro vão para a cadeia. Já os
estupradores ficam livres.
Rússia – No final do século
19 era comum o tráfico de mulheres brancas, da Polônia para a América do
Sul. Elas eram enganadas com falsas promessas de bom casamento com
comerciantes (na verdade os rapazes eram agentes contratados). Muitas
descobriam as “outras” esposas do marido na mesma viagem. Ao chegar no
destino eram obrigadas a se prostituir pela organização criminosa Zwi
Migdal. Algumas conseguiam fugir e outras eram salvas pelos clientes,
que se casavam com elas. As primeiras 67 prostitutas chegaram judias de
origem polonesa chegaram ao Brasil em 1867, e logo foram apelidadas de
Polacas. Em 1885 foi fundada em Londres a Jewish Ladie`s Society for
Preventive and Rascue Work (Sociedade das Senhoras Judias para Trabalhos
de Prevenção e Resgate), para combater a prostituição e o tráfico e
mulheres judias. Sua primeira presidente foi a baronesa Constance
Rothschield. As polacas criaram fundos comunitários para dar
assistências as judias velhas e doentes e construíram cemitérios e
sinagogas para que pudessem rezar.
Sudão – No Sudão mulheres
acusadas de adultério ou vestidas “inadequadamente” são linchadas e
mortas por apedrejamento. Elas são obrigadas a usar o véu típico, capa
escura que envolve o corpo dos pés às cabeças. O comportamento delas é
observado de perto por seus parentes, colegas, vizinhos e informantes da
segurança estatal. E as solteiras não podem ter relação sexual nem
beijar. As mulheres não têm direitos legais, e portanto não podem
testemunhar nos tribunais, a menos que o depoimento seja confirmado por
um homem. E desde que os fundamentalistas tomaram o poder em 1989, elas
não podem trabalhar.
A SEXUALIDADE DA MULHER NO MUNDO
África e Ásia - Vinte e oito
paises africanos e alguns países asiáticos utilizam a prática milenar
de mutilação do critóris em meninas para evitar que no futuro elas
sintam prazer sexual. Os pais entregam as filhas para a curandeira, que
corta o orgão com tesoura, gilete, lâminas ou pedaços de vidro. Em
seguida a menina tem as pernas imobilizadas para que a costura não seja
desfeita. As consequências são hemorragias, infecções, dores para urinar
e para menstruar ou a morte. Estima-se que existam um milhão de meninas
e mulheres mutiladas no mundo. A medida está sendo contestada por
diversas Organizações Não Governamentais, como a “Dignidade Já”, com
sede em Nova Iorque. A musa da campanha é a modelo Waris Dirie, que
nasceu na Somália e teve o clitóris cortado, aos 5 anos de idade. Nos
Estados Unidos as mutilações, praticadas por refugiados e imigrantes são
consideradas crime federal. Mas segundo as autoridades, as leis são
difíceis de serem aplicadas por causa da tradição muçulmana. Nos anos 40
e 50 os americanos tambem usavam a prática da mutilação. O sacrifício
era aplicado contra histeria, masturbação e lesbianismo. Na África do
Sul as meninas puxam os grandes lábios, para que se tornem compridos
quando estiverem adultas. Na tribo Lenge (sudoeste africano), a primeira
vez das meninas é com um instrumento feito de chifre. O ritual é sinal
de que elas entraram na puberdade. Já no Brasil a tribo indígena Poturu,
da floresta Amazônica, pinta o corpo das meninas que já estão prontas
para fazer sexo pela primeira vez.
América Latina - Na Bolívia os serinos tiram os piolhos antes de se abraçarem.
Europa - Na Itália antiga
era costume os pais da moça levarem os noivos ao quarto de núpcias. Do
lado de fora os convidados esperavam pelo fim da relação, quando então
seria mostrado o lençol sujo de sangue, sinal de que a moça era virgem e
foi deflorada naquela noite. E assim que a menina menstruava pela
primeira vez, ela ganhava de seu pai um cinto de castidade. Ele ficava
com a chave até ela arranjar um pretendente que pagasse o dote pela
moça.
Ilhas do Pacífico - Os
tinquians, que habitam as Ilhas do Pacífico nunca se beijam na boca.
Apenas esfregam um nariz no ouro. Na Sibéria os Koriaks acreditam que
objetos inanimados equivalem à qualidades humanas. Por isso os homens
chegam a se casar com pedras. Nas Ilhas Carolinas, as mulheres colocam
insetos na vagina por acharem que isso pode aumentar o prazer. A
ferroada da abelha causa sensação agradável à elas. Já os homens de
Samoa engatinham até a cabana da mulher desejada para transar sem que
ela acorde.
SEXO NAS TRIBOS
Kayapó - Na tribo Kayapó as
mães dão aula sexual às filhas, que explica sua condição de mulher, seus
direitos e deveres na sociedade tribal. Na puberdade (11 a 14 anos), a
menina aprende a usar o menkrakendiô (anticoncepcional): toma o chá
dessa raiz durante uma semana e fica estéril mais de um ano. Quando está
habilitada recebe uma pintura corporal e adornos que indicam estar
pronta. E vai pasear no bosque para ser desvirginada por qualquer homem.
Depois festeja o acontecimento com a família. Passa então à categoria
mekraytuk (mulher liberada). Há dois tipos de casamento: no meno-printi
(casamento com prometido), o arranjo é feito na infância. O noivo vai
morar com os sogros e a menina aprende a tratar o rapaz como esposo.
Quando chega a puberdade é realizado o casamento. Durante a festa o
casal recolhe-se à choça e acontece o defloramento. No casamento comum
rapazes e moças já iniciados forma dois círculos. O pajé manda a moça
escolhe um rapaz. Ela indica aquele de sua preferência e ele aceita (az
parte da tradição ele aceitar). O pajé e o cacique confirmam o
casamento. Se resolver consolidar a união, ela procura engravidar. As
mulheres kayapós podem trocar de parceiro, se houver um acordo entre os
casais. A troca é anunciada publicamente para dar satisfação à
sociedade. Esse comportamento é para mostrar aos maridos que se não
forem bem-tratadas podem abandonar a aldeia. Essa troca também serve
para a mulher engravidar, caso o marido seja estéril.
Javaé (Macro-Jê) – na aldeia
Javaé o homem, ao escurecer, aproxima de uma mata, acomoda-se e assobia
imitando uma perdiz. Daí a pouco vem a amante. Os dois fazem amor, ele
de pé, recostado à árvore e ela, enlaçando-o com as pernas.
Karajá (Macro-Jê) – a mulher
não esconde suas aventuras amorosas, e pode dizer ao marido que transou
com outro. Neste caso ele pode escolher entre comunicar o fato
publicamente ou comunicar aos parentes dos amantes, cabendo a estes
darem uma surra nos infiéis. Com a honra lavada as coisas voltam ao
normal.
Kayamurá (tupi) – os homens
Kayamurá do Xingu fazem rituais que reafirmam seu poder machista. As
mulheres contra-atacam realizando o yamarikumã. Abandonam os lares,
batem nos maridos, apropriam-se dos seus artesanatos, cantam, dançam e
lutam o huka-huka com força e vigor. Eles temem a ameaça delas: “Se
vocês não ficarem bonzinhos vamos para o mato, viramos guerreiras”!
Ywalapiti (Tupi) – ao
primeiro fluxo menstrual a menina fica num quarto, sentada junto a uma
fogueira. O sangue flui para a terra, promovendo a interação das
energias femininas (terra/mulher). Ao entardecer faz a higiene no rio. O
pajé dá remédios para fortalecer e provocar a esterilidade temporária.
Ela recebe todas as informações sobre sexo. Quando está pronta, o pai
deixa escapar a informação de que a filha precisa ser iniciada e à noite
os amantes aparecem. Dias depois a comunidade organiza a festa, ela
participa como debutante. Daí em diante escolhe seus amantes.
Wáiwái (Karib)
– As mulheres em determinada época do ano pintam-se de guerreiras e
ameaçam os homens, que fogem para o mato. Depois voltam como visitantes,
desarmados tocando flautas, bem enfeitados, exibindo-se como danças e
lutas esportivas. As mulheres observam-nos e podem escolher seus
amantes.
Yanomami – os homens
praticam a poligamia com a irmã ou prima da esposa. Ás vezes casam-se
após a puberdade )entre 11 e 13 anos) e logo têm filhos. As mulheres
capturadas nas guerras são distribuídas como troféus aos mais valentes.
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